sábado, 6 de outubro de 2012

As palavras


Se ao brincar com as palavras
Descubro o segredo amor.
Desejo não mais conhecer os vocábulos
E viver eternamente na especulação da vida


Pelas ruas onde ando,
Meu passado me acompanha
E meu futuro desapega-se
Daquilo que eu projeto
Desconstruindo o construído
Transformando o que não é transformado
E, a partir da minha projeção, o inverso se aplica
Confundindo o desejado, trazendo o inesperado
Para o meu presente viver

O que é isso, companheiro?




Irei me calar,
Pois não posso mais expressar o que aqui dentro me sufoca.
Meus atos são barrados e meus pensamentos neutralizados.
Mas não se engane, companheiro!
O que vocês projetam nós cumprimos, mas não aceitamos
Éh, vocês pensam que nos amedrotam
Com seus trajes superiores,
Com suas medalhas simbólicas,
E seus ataques nas esquinas?
Seus armamentos freiam nossos atos
Mas quem irá calar a voz da nação?
Esse corpo único que sustenta e alicerça essa supremacia ridícula e covarde
Que infelizmente se posta no poder
Ei, cadê meu pai? Oi, vistes minha mãe?
E só se ouvem dizer:
Ah, aquele irmão cidadão? Não mais o vejo
Na minha mente só uma lembrança... O toque do último beijo.

Juliana Santana





Quero brincar com minha imagem.
Desenhar meu futuro através do pincel da felicidade.
E tentar ocultar a página da solidão com a borracha da esperança.
E, com o projetor criado por mim,
Refletir aquilo que me tornei.
Não para que vejam simplesmente a minha imagem
Mas para que saibam que fiz parte dessa luta
Luta incessante pela tão sonhada liberdade
Liberdade não aquela fixada na teoria,
Mas a alicerçada na prática
E fruto da reflexão.
Para ver o tão sonhado "progresso" fixado no verde e amarelo
Ganhar sua textura concreta.

Por onde andam as palavras?

As palavras foram enclausuradas em potinhos de cristal.
Para que o poeta pudesse usá-las. 
Acenam loucamente para que possam ser escolhidas.
Imploram pelo seu olhar.
Mas o poeta escolheu-as cuidadosamente 
Deleitando-se com o poder que cada uma possuía.
Fechava os olhos e deliciava-se com seus sabores.
Mas as palavras precisavam de liberdade 
Quem as libertariam?
Sinceramente não sei.
Mas acredito que os poetas saibam. 
Pois, a cada verso, estes procuram palavras que não conhecem.
Além da sua busca incessante pelas palavras que conhecia e, por ventura, as tinham perdido. 
Então, queridos poetas, libertem as palavras!
Enclausuradas elas não têm sentido.


 Juliana Santana

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O seu beijo, amor!


Por Juliana Santana

De longe ele vem se aproximando
Firma-me aquele olhar irresistivel
Os teus lábios tão bem desenhados
Chega perto dos meus e eu não o impesso
Tua respiração já faz parte da minha
Aquele pele tão frágil me arrepia
O seu beijo, amor, é molhado, gostoso e ao mesmo tempo seguro
Você está tão perto que consigo até ouvir o teu pulsar
Seu coração acelera, ou será o meu?
Não sei bem dizer, nesse momento somos um só
Você passa seus lábios vagarozamente sobre os meus
Sinto meus pelos se erguendo devagar
É bom, perigoso e, ao mesmo tempo, necessário
Você me morde, não dói, pelo contrário, é sensação é maravilhosa
Se o tempo voa, o relógio corre
E nossos lábios separam-se
E só me resta a saudade
De ter novamente o seu beijo marcante
Que me deixa perdida
Que me deixa segura
Que me traz a sensação de que o amor não passa de uma LOUCURA!

Versão baiana da história Chapeuzinho Vermelho


Por Juliana Santana

Em um dia de verão a mãe de Chapeuzinho a chama e ordena que ela vá levar uns acarajés quentinho para a sua vó que mora na Mussurunga.
Estressada, Chapeuzinho vira para a sua mãe e diz:
-Qual foi, Coroa! Logo agora que vou brincar de patins lá no Dique com as parceiras aqui.. Poxa, sacanagem vú.
A mãe da menina, revoltada com a resposta da filha, olhou-a nos olhos e disse:
- Sua piriguete mirim, adiante seu lado e lembre-se de ir pela Avenida Dorival Cayme, pois Varela acabou de falar na televisão que em um tal de lobo mal muito do safado está rondando a Paralela. E olhe , mais respeito da próxima vez, pois se você repetir essa cena irei te dar uma broca no pé do ouvido.
-Calma, calma... Não está mais aqui quem falou.Disse assim a menina.
Chapeuzinho pegou o balaio do acarajé e saiu bem rápido. Chegando no ponto, parou e pensou:
-Não irei pela Avenida Dorival Cayme não, vou pegar a Paralela porque o busu passa mais rápido. E essa história de Lobo Mau é coisa para menininhas inocentes. Se mainha dissesse que tinha uns traficantes eu até acreditava, mas essa onda de lobo mau kkkkk... sai fora, véi.
Esperou um tempo e logo passou o seu ônibus. Este se encontrava lotado. Ela nem exitou, subiu no ônibus e lá se foi para a casa de sua vó.
Como o ônibus estava cheio, ela teve que ficar em pé. Em um certo ponto da estrada, ela percebe que sobe no veículo um ser muito suspeito e encosta perto dela. Na hora era dá um passo para o lado e pensa:
-Que negão deli-deli meu Deus, isso que é homem, pai.
O suspeito se aproxima da menina e pergunta:
Oi bombom, para onde você está indo?
A menina assustada disse:
- Vou para a casa de minha vó lá na Mussurunga, mas... para que você quer saber? Minha vida não te interessa.
O ser estranho se despede da menina e se dirije a porta dianteira do ônibus e desce no próximo ponto.
A menina ainda um pouco assustada pensou:
-Que negão suspeito... Ele até que é bonitinho, mas é muito grandão... rapaz ali eu não encaro não... é barril.
Em outro ponto da cidade o sujeito suspeito que, na verdade era o lobo mau, adiantou-se e foi em direção a casa da vó da menina.
Chegando lá se aproximou da casa e bateu na porta:
-Tem alguém ai?
A velhinha, muito cansada da seresta do dia anterior, não levantou e pediu para que a visita entrasse:
-Entre ai meu filho, a velha tá aqui toda acabada de tanto dançar com os coroas ontem.
O lobo mau entrou e se assustou com o estado da velha
-Minha senhora que miséria de roupa é essa minha filha, onde é a malhação?
-Meu bonitão eu estou velha, pórem não morta. Disse a vovó.
O lobo já estressado pegou-a pelo braço e disse:
-A sua hora chegou... Hasta la vista, Baby
A velhinha toda animada deu um salto e falou:
Ai bonitão, se for para mim comer que seja logo, pois já estou subindo pelas paredes.
O lobo abriu sua boca de caçapa e engoliu a vovó em uma bocalhada só.
Depois dessa situação, vestiu as roupas da idosa e deitou na cama para tentar enganar a sua netinha.
As horas de passaram e a menina chegou a casa de sua vó.
-Abre aqui, velha! Porra, namoral, que calor disgraçado!
O lobo mau tentando imitar a voz da senhora disse:
-Pode entrar minha neta, a porta estar aberta
A menina foi entrando e logo se assustou com a cena que viu.
-Minha velha, as serestinhas até que ta te fazendo bem, você ta com um corpirtil... Hum... Se não fosse mulher, nem minha vó, até que eu caía de boca ai vú.
O lobo tentando não ser percebido disse:
-Pare com isso, menina! Só você mesmo viu.
A menina se aproxima mais da cama e diz:
Para que esses olhos tão grande?
-É para te olhar melhor minha netinha. Disse o lobo
-E para que esse nariz tão grande? Perguntou curiosa a menina.
-É para te cheirar melhor minha menina. Assim explicou o lobo.
E puxando o lençol exclamou:
-Nossa!E para que esse porrete gigante no meio de suas pernas?
O logo pulando da cama falou:
-É para te comer sua porrinha.
A menina assustada com a situação se afastou até encostar em um canto da casa e, com medo do porrete do negão, exclamou:
- Meu filho, já vi coisas como essas bem grande, mas o seu... Isso aí vai me lascar em banda.
E, dando um pulo, chegou até a janela e gritou:
-Socorro, socorro.
Um capitão da policia que estava fazendo uma ronda no bairro ouviu o pedido da menina e foi ajuda-la. Quando chegou no lugar e viu o porretão do lobo defronte a ti abriu o seu uniforme e gritou alto.
- Aiiii! Deixa essa menina para lá e me coma filho.